Sobre a pontualidade...
Estar
atrasado me incomoda muito. Meus atrasos, que ocasionalmente acontecem, me
fazem suar de nervoso. Quanto mais atrasado estou, mais incomodado
me sinto. Se eu me atraso mais que 15 minutos já me sinto nadando em suor. E você, como se
sente?
Nós
vivemos de fato num mundo mega conectado, fazemos muitas coisas ao mesmo tempo,
desempenhamos inúmeras tarefas juntas e, ainda assim, temos que ajeitar a nossa
rotina ao relógio, seja ela qual for. E ajeitar o relógio significa cumprir uma
tarefa ou um prazo num determinado tempo e/ou chegar numa reunião em um dado
horário.
Boa
parte das pessoas tem dificuldade em conviver com isso. Na
verdade, penso que me enquadro numa minoria. Vejo no ambiente corporativo e
fora dele que as pessoas consideram o horário de uma reunião ou um encontro,
apenas como um
aviso de que algo vai acontecer. E naquele momento de atraso lidar ou abordar a
questão da pontualidade com essas pessoas se torna delicado e, as vezes, alguns
encaram como algo ofensivo.
Mas,
como tudo na vida, também existe uma lógica para se definir horários. Imagine
que você marcou uma reunião para definir as novas estratégias e planejamento
para reter um cliente no seu escritório de advocacia... Desde o momento que
você convoca as pessoas e marca um horário para este encontro, está acontecendo
uma coordenação de esforços para que tudo aconteça conforme o planejado. Você
está definindo expectativas. A definição daquele determinado horário controla o
tempo/esforço de todos. Imagine que para este mesmo exemplo, todos aqueles que
estivessem envolvidos no projeto se mantivessem “de boa”, sem preocupação com o
“time” para aquela reunião, “deixando
rolar” a preparação prévia, estivessem relaxados... Isto já demonstra uma falta
de engajamento com a equipe.
A
impontualidade no ambiente de trabalho em muitos casos me parece uma epidemia.
Uma epidemia, porque como minoria, vejo pelo menos ao meu redor 90% de pessoas
atrasadas.
E
qual a cura para essa epidemia?
Bom, eu,
particularmente, “escuto” os mais diversos remédios: “perdão”, “desculpa ae”,
“você sabe como é o trânsito no Rio, né?” (aliás, sei sim. E já é assim há
tempos?). E os impontuais esperam ouvir de você que “está tudo bem”, “não
tem problema”, “a acontece né”. Na verdade, é exatamente o contrário, nada está
bem.
Imediatamente
após ouvir isso, meu cérebro cria alguns rótulos para o perfil daquele individuo.
Abaixo destaco alguns que
considero mais relevantes:
1º. O desrespeitoso, sem
dúvida. Estar no horário é uma questão de respeito. É sinal de que você
valoriza e aprecia a outra pessoa. Se você não respeita os participantes de uma
reunião, por exemplo, por que quer encontrar com eles em primeiro lugar? Por
que você buscaria melhorar sua atuação para manter o cliente no escritório?
2º. O atrasadinho: se mostra
muito irreverente. Ele simplesmente não se importa com os outros.
3º. Aquele que não transmite
credibilidade e confiança. É incrível como ser impontual acaba com a sua
credibilidade. Ela incrivelmente vai por água abaixo, puxada por uma âncora de
navio. Se você não consegue simplesmente estar lá na hora certa, como você
espera ter credibilidade para ser confiado a uma tarefa mais difícil? É como
chegar atrasado para fazer uma entrevista de emprego.
4º. Aquele que causa prejuízo.
Ainda utilizando o exemplo da reunião, imagine o prejuízo que a impontualidade
pode causar. Suponha que 10 pessoas estavam envolvidas nesse projeto. Se você
chegar atrasado 10 minutos significa que um total de 90 minutos foi
desperdiçado naquele projeto. Você que se atrasou é quem pagará a conta da hora
de trabalho dos 9 profissionais que estavam lá?
5º. O desorganizado. Um
simples encontro que você já está atrasado pode me levar a crer que qualquer
outro aspecto da sua vida está a beira de um colapso.
6º. O ocupado. Ora, estar a
todo o momento ocupado não é sinal de importância e nem de produtividade. Estar
com uma agenda sempre agitada demonstra uma clara ausência de prioridades ou de
não saber dizer não.
Ocasionalmente
os atrasos acontecem. Emergências acontecem ou até mesmo um evento fora do
controle. Todos nós estamos sujeitos à isso. Quando me enquadro em qualquer
destes casos, peço desculpas e tento me explicar muito bem para assegurar que a
situação não vai se repetir.
A
pontualidade não é uma questão de perfeccionismo. É manter espaços seguros para
manutenção de relacionamentos respeitosos com as pessoas que estão ao meu
redor. Isso vale para relacionamento de trabalho ou na vida pessoal.
Vamos
colocar a pontualidade em prática?
Por Fernando Teixeira
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